top of page

Dia Internacional da Mulher: conheça a história por trás da data.

infoespacoparasi

O Dia Internacional da Mulher foi instituído oficialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano vigente de 1975, durante a I Conferência Mundial da Mulher. Na ocasião, este mesmo ano ficou igualmente patenteado como o Ano Internacional da Mulher e os anos que se seguiram, entre 1976 e 1985, foram denominados de "a Década da Mulher".


A data instituída pela ONU não tinha como objetivo apenas celebrar o universo feminino, mas também promover a igualdade plena de género e eliminar a discriminação sofrida pelas mulheres. Esta última é comemorada por mais de 100 países como um dia de protesto por direitos ou de atenuada celebração do feminino, comparável ao Dia da Mãe.


Sendo assim, o Dia da Mulher é um epíteto necessário no contexto mundial. Neste globo ainda pautado pelo cunho masculino, onde o se ser mulher é condição desvalorizada, esta é uma importante data para alavancar a presença das mulheres na sociedade e das mesmas reivindicarem os seus direitos fundamentais. Sendo um dia para reivindicar, refletir e também celebrar.



A luta por direitos e justiça social marcou o início do Dia Internacional da Mulher, no entanto, a ideia por detrás do Dia Internacional da Mulher não começou em 1975; na verdade, teve o seu início bem antes disso. As lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho, além do direito ao voto, datam do final do século XIX e início do século XX nos Estados Unidos e na Europa.


A consciência por trás destas reivindicações sempre estiverem muito alicerçadas às lutas da classe operária, principalmente das mulheres que trabalhavam no setor têxtil. Por este motivo, o 8 de Março é uma memória à luta dessas mulheres operárias.


Durante o ano de 1910, a alemã Clara Zetkin, membro do Partido Comunista Alemão, propôs durante o II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhaga, a criação do Dia Internacional da Mulher, porém sem definir uma data precisa. Nesta época, Clara Zetkin militava no movimento operário e se dedicava à conscientização feminina. A demanda da cidadã alemã, no entanto, não foi para adiante.


Há época dos acontecimentos, os trabalhadores operários enfrentavam necessariamente situações precárias para conseguir alguma fonte de rendimento, mesmo que mínima. Chegando a trabalhar até 14 horas por dia, algumas vezes sem terem um dia de folga durante a semana. As manifestações, portanto, não demoraram a emergir. As mulheres participavam nos protestos, assim como os homens, mas quando chegava a altura de reivindicar salários iguais entre géneros, elas eram postas de lado.


Alegava-se que as demandas das mulheres afetariam a "luta geral", prejudicariam o salário dos homens. Afinal as mulheres apenas "completavam o salário masculino”. Neste contexto, várias trabalhadoras começaram a surgir com uma nova voz, reivindicando condições justas para as mulheres também.


Apesar de todas as reivindicações (que eclodiram em várias partes do mundo), pouco ou nada mudou. No dia 25 de março de 1911, um incêndio irrompeu numa fábrica têxtil em Nova York. As condições do edifício eram precárias e muitas das portas estavam trancadas no momento em que deflagrou o incêndio, complicando a fuga. Além disso, havia uma grande quantidade de tecido por todas as divisões, o que apenas potenciou a imponência das chamas.


A fábrica empregava cerca de 600 trabalhadores, sendo que a maioria eram mulheres. Das 146 pessoas mortas por causa do incêndio, 125 eram do sexo feminino. A tragédia gerou grande comoção e acabou por dar força aos movimentos operários e feministas, não só nos Estados Unidos, mas noutros países também.


Já em 1917, a Rússia vivenciava uma série de manifestações que desencadeariam na Revolução Russa. No dia 8 de Março daquele ano, operárias do setor da tecelagem entraram em greve e promoveram uma marcha histórica. Marcando, assim, a data como um símbolo importante na luta pelos direitos das mulheres.



Hoje, a data é comemorada pelo planeta. Existem países onde o 8 de Março é feriado. Em alguns, só as mulheres gozam deste feriado ou recebem algum tipo de incentivo.

Durante os anos 80 até o final dos anos 90 e começo dos anos 2000, diversas organizações sociais foram criadas no mundo. O objetivo foi expor as desigualdades enfrentadas pelas mulheres. Durante Março, as ruas ecoavam com o grito das mesmas, reproduzindo a sua luta por melhores condições de vida.


Em 2008, a ONU lançou a campanha “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a estimular a igualdade de género na comunicação social mundial. Na atualidade, porém, considera-se que a celebração do Dia Internacional da Mulher tenha tido o seu sentido original parcialmente diluído, adquirindo frequentemente um caráter festivo e comercial, como o hábito de empregadores distribuírem rosas vermelhas ou pequenos mimos entre as suas empregadas - ação que em nada evoca o espírito das manifestantes russas do 8 de março de 1917.


A História apenas nos mostra o quanto o Dia Internacional da Mulher deve ser celebrado. Falar sobre a data é deveras importante, pois a visibilidade das suas lutas por direitos civis, sociais, reprodutivos e sexuais encorajam outras mulheres a sair do domínio masculino. Toda a visibilidade promovida impacta no quotidiano e na salubridade das próprias, colaborando para que possam viver mais, melhor e com qualidade.


Para a Mulher, as ações de emancipação podem proporcionar uma maior possibilidade de acesso à educação, à saúde, ao trabalho e à segurança. Desta forma, as mulheres se tornam capazes de gerir a sua própria vida, tolhendo a dependência económica e emocional de quem as diretamente ou indiretamente as subjuga.

Comemorar este dia também é essencial no momento em que todos nós estamos a assistir a um crescente número de "feminicídios", onde mulheres são assassinadas por serem mulheres e por buscarem mudar o seu papel na sociedade.


A sociedade global costuma presentear a Mulher com flores, lembranças e chocolates. Passando a premissa de que as mulheres merecem apenas respeito nesta data. Mas é fulcral que o 8 de Março não seja esvaziado do seu conteúdo educacional, social e político. Precisa ser pro-ativo, porque é imperativo contestar na raiz dos elementos que são opressivos em vez de romantizá-los.


Feliz Dia da Mulher !


Saudações de Luz.


* Texto redigido por Emanuel Martins



21 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page